Recém-chegado ao comando de 33º Batalhão da Polícia Militar de Betim, o tenente-coronel Alisson Bruno Pereira, que assume o lugar do tenente-coronel José Sérgio Felício, agora da reserva, detalhou, nesta entrevista exclusiva, quais serão os principais focos de sua gestão em curto prazo: a redução dos furtos, o reforço das redes de proteção comunitária e a presença mais efetiva da PM nas ruas.
Ao longo da conversa, o novo comandante abordou também temas como a distribuição do efetivo, a cooperação com outras forças de segurança e os desafios no enfrentamento do crime organizado.
No bate-papo, ele falou ainda sobre a sua avaliação sobre o que pode ser ajustado para manter os indicadores de criminalidade em queda no município.
Quais indicadores de criminalidade o senhor considera prioritários para reduzir no curto prazo em Betim?
Já temos alguns indicadores que são estabelecidos pelo Estado como meta para a Polícia Militar. Um deles é o combate aos crimes violentos e outro é combater os furtos que ocorrem na cidade.
Embora os roubos estejam em queda no município, os furtos têm aumentado. O que o senhor pretende fazer para reduzir esses índices?
Vamos trabalhar realizando ações de presença, com os policiais militares estando mais próximos da população. Também trabalharemos com a implementação e o aperfeiçoamento de redes que já existem no município, como a Rede de Comerciantes Protegidos e a Rede de Vizinhos Protegidos. Nossa meta é estar mais perto do povo.
Betim tem hoje efetivo policial suficiente para a demanda real?
O contingente de policiais que existe hoje em Betim é o adequado para atender toda a população betinense.
Que mudanças concretas de estratégia de policiamento o senhor vai implementar para diferenciar sua gestão das anteriores?
O trabalho que já vem sendo realizado em Betim é muito bem-feito e solidificado. Temos que ressaltar a gestão do tenente-coronel Antuer, no 66º Batalhão, e do hoje coronel da reserva, tenente Felício, que comandou o 33º Batalhão até uns dias atrás e focou seu trabalho no combate ao crime violento e a todas as mazelas que atingem a nossa sociedade. Vamos estudar e nos ambientar primeiro antes de fazermos qualquer tipo de modificação. É uma trabalho de continuidade, já que está dando certo.
Há críticas de que a PM atua de forma mais intensa em determinadas áreas e menos em outras. Como o senhor vai garantir um policiamento equilibrado?
Com disse anteriormente, nós trabalhamos com foco no problema. Diante disso, é montado todo um cartão-programa para que as viaturas se desloquem pra que estejam presentes mais próximo da população, a fim de que ela se sinta segura e veja o policial militar nas ruas.
O senhor acredita que a Polícia Militar hoje tem condições reais de desarticular o crime organizado local, ou apenas “enxuga gelo”, combatendo pequenos traficantes?
O Artigo 144 da Constituição Federal fala que segurança pública é dever do Estado, um direito de todos e uma responsabilidade de cada cidadão. Portanto, é um trabalho conjunto, um sistema de engrenagens que conta com a ajuda da população nos fornecendo informações, o que é primordial. Como dizia Guimarães Rosa, “é junto dos bão que você fica mió”. Quando todas as instituições trabalham juntas, quem sai ganhando é a população. Vamos trabalhar de forma integrada com todos os órgão de segurança para garantir um ambiente seguro pra que as pessoas possam viver e empreender.
Há algum projeto para o efetivo do 33º Batalhão atuar em conjunto com a Guarda e a Polícia Civil?
Já estive conversando com o novo delegado regional (Sérgio Fernandes), que assumiu recentemente, e com o secretário de Segurança Pública (Anderson Reis), para termos uma atuação conjunta. Juntos, somos mais fortes.
Sabemos que organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) estão expandindo sua influência em cidades do interior de Minas Gerais. Em Betim, essas facções também já estão agindo?
Ainda tenho que conversar com os meus policiais militares, ainda tenho que estudar a situação para que a gente possa realmente trazer uma informação concreta sobre isso e não alardear a população e gerar insegurança.
Como o senhor avalia a eficácia das operações “blitz” e “batidas policiais” no combate real ao crime?
Elas são ações de presença que são fundamentais para filtrar os criminosos da nossa sociedade de bem.
Para finalizar, qual o maior desafio no enfrentamento da criminalidade em Betim hoje?
Manter os baixos índices criminais que Betim possui atualmente.
Natural de Formiga, o tenente-coronel Alisson Bruno Pereira ingressou na Polícia Militar em 2002. Graduado em ciências militares e em direito, ele possui pós-graduação em segurança pública e em ciências jurídicas.
Ao longo da carreira, exerceu funções de comando no 4º Pelotão da 52ª Cia. PM Especial, em Itapecerica; na Seção de Inteligência da 13ª Companhia PM Independente, em Formiga, e na 289ª Companhia Tático Móvel do 63º BPM, em Formiga.
Posteriormente, comandou, de forma acumulada, a 289ª Companhia Tático Móvel e a 290ª Cia. PM, também em Formiga. Em 2020, assumiu a 7ª Companhia de Policiamento Rodoviário, em Divinópolis e, em 2021, passou a comandar a 7ª Cia. PM Independente, na mesma cidade.