Uma jovem agredida por não usar sutiã. Uma mulher espancada com mais de 60 socos pelo namorado. Esses dois casos aconteceram com menos de uma semana de diferença e me fizeram perceber uma verdade dolorosa: nós, mulheres, ainda somos constantemente silenciadas.
Quando achamos que estávamos avançando, percebemos que, na verdade, ainda há um esforço diário para que mulheres possam simplesmente ser, aparecer, falar e existir.
Infelizmente, esse silenciamento não ocorre somente nas ruas ou nos relacionamentos, mas também nos ambientes de trabalho, nas rodas de negócios e nas reuniões de diretoria.
Está até mesmo nas dúvidas que nos ensinaram a cultivar: será que posso dizer isso? Será que vão me levar a sério? Será que posso ser eu mesma?
Em meio a tantos “serás”, nossas vozes vão ficando cada vez mais baixas… até não serem mais ouvidas.
Por isso, afirmo que estar no mundo dos negócios é um ato de resistência para as mulheres.
É construir a própria voz quando o mundo tenta calar. É não aceitar o apagamento feminino que ainda insiste em nos dizer que nossas ideias são menos valiosas — mesmo que sejam constantemente “roubadas” por outros homens.
Estar à frente de um negócio, seja ele pequeno, médio ou grande, é ter coragem de ocupar espaços que historicamente não foram pensados para nós.
Essa é a nossa forma de construir um espaço onde não seremos silenciadas ou apagada,. mas onde teremos a liberdade para falar o que pensamos, existir com dignidade, viver sem medo e vestir o que quisermos.
Podemos até ter medo de sermos vistas, mas a coragem é o que nos faz continuar falando e buscando um lugar melhor para as mulheres.