NÃO AO SILENCIAMENTO

Por que ainda temos medo de ser vistas?

As mulheres não devem aceitar o apagamento feminino que ainda insiste em dizer que nossas ideias são menos valiosas

Por Shirlei Miranda


Publicado em 01 de agosto de 2025 | 21:38
 
 
Abrindo o Agosto Lilás, Shirlei Miranda reflete sobre as tentativas de silenciamento das mulheres a que ainda se assiste

Uma jovem agredida por não usar sutiã. Uma mulher espancada com mais de 60 socos pelo namorado. Esses dois casos aconteceram com menos de uma semana de diferença e me fizeram perceber uma verdade dolorosa: nós, mulheres, ainda somos constantemente silenciadas.

Quando achamos que estávamos avançando, percebemos que, na verdade, ainda há um esforço diário para que mulheres possam simplesmente ser, aparecer, falar e existir. 

Infelizmente, esse silenciamento não ocorre somente nas ruas ou nos relacionamentos, mas também nos ambientes de trabalho, nas rodas de negócios e nas reuniões de diretoria. 

Está até mesmo nas dúvidas que nos ensinaram a cultivar: será que posso dizer isso? Será que vão me levar a sério? Será que posso ser eu mesma?

Em meio a tantos “serás”, nossas vozes vão ficando cada vez mais baixas… até não serem mais ouvidas.

Por isso, afirmo que estar no mundo dos negócios é um ato de resistência para as mulheres. 

É construir a própria voz quando o mundo tenta calar. É não aceitar o apagamento feminino que ainda insiste em nos dizer que nossas ideias são menos valiosas — mesmo que sejam constantemente “roubadas” por outros homens.

Estar à frente de um negócio, seja ele pequeno, médio ou grande, é ter coragem de ocupar espaços que historicamente não foram pensados para nós. 

Essa é a nossa forma de construir um espaço onde não seremos silenciadas ou apagada,. mas onde teremos a liberdade para falar o que pensamos, existir com dignidade, viver sem medo e vestir o que quisermos.

Podemos até ter medo de sermos vistas, mas a coragem é o que nos faz continuar falando e buscando um lugar melhor para as mulheres.