No sétimo episódio da série Lendas do Futebol Amador, o personagem é um grande conhecido no mundo do esporte municipal e estadual. Vamos contar a história de Robert Kennedy dos Reis, o Beto Mania, considerado a voz do futebol amador. O locutor, natural de Caratinga, começou a carreira como narrador em 1998. Após 27 anos de atuação, ele segue emocionando jogadores e torcedores nos campos de Betim e região.
“Eu chego nos jogos e, às vezes, em lugares que estou indo pela primeira vez, e as pessoas comentam que me conhecem, principalmente pela voz que circula em várias cidades e também pelas redes sociais. Esse reconhecimento é muito gratificante”, comenta Beto Mania.
Acostumado às grandes decisões, o locutor não consegue definir apenas uma partida que marcou sua trajetória no esporte. “Cada final tem a sua história. Já vi garotos chorando e correndo para comemorar com um familiar no alambrado e não encontrar ninguém. Outros vibrando com torcedores e familiares. Você se emociona, se alegra, mas, acima de tudo, vê uma comunidade unida, fazendo do futebol a maior ferramenta de inclusão social”, destaca.
Outro momento marcante na vida de Beto Mania foi durante uma decisão da categoria veterana. Segundo ele, ao término da partida, um dos jogadores o abordou e relatou algo emocionante. “Ele virou e falou assim: ‘Sempre sonhei um dia em ouvir meu nome falado em um campo de futebol. Achei que iria morrer sem essa experiência, e você me deu essa alegria’. Ali eu passei a entender o valor da minha voz da base até o veterano”, contou.
Além do trabalho nas transmissões das partidas, Beto Mania já foi presidente de dois clubes tradicionais da cidade: Associação Teresópolis Futebol Clube e São Paulino Futebol Clube.
Mérito Desportivo
Com o intuito de reconhecer as pessoas que contribuem para o desenvolvimento do esporte em Minas Gerais, Beto Mania idealizou, em junho deste ano, o Certificado de Mérito Esportivo. Cerca de 400 pessoas já receberam a honraria municipal.
Taça das Favelas
O locutor também narra jogos em outras cidades, com destaque para a Taça das Favelas, o principal torneio entre clubes das comunidades de Minas Gerais.
Colecionador de medalhas
Durante o bate-papo, Beto Mania aproveitou para mostrar o acervo de medalhas e troféus recebidos em mais de mil finais. Ele revela que não cobra para narrar os jogos, mas pede a medalha como forma de recordação de cada partida.
Quando perguntado sobre o número total de partidas narradas até hoje, ele não tem o número exato, mas lembra que atua em 65 finais por ano, em média, o que daria aproximadamente 1.600 jogos durante 27 anos de carreira acompanhando decisões no futebol amador. “São medalhas de quase todas as finais que narrei em quase três décadas. Não abro mão de nenhuma medalha. A última medalha que ganhei foi na final da Taça Band Minas, na Arena Flyball, em Belo Horizonte”, finaliza Beto Mania.