Ysrael Pinho completou 6 anos no último dia 14
Foto: Arquivo pessoal
Ysrael Pinho completou 6 anos no último dia 14
Foto: Arquivo pessoal
A Polícia Civil (PCMG) pediu a exumação do corpo do menino de 6 anos que morreu em um hospital particular de Betim depois de passar três vezes pelo pronto atendimento da unidade. A informação foi passada à reportagem do O TEMPO Betim nesta sexta-feira (5/12) pelo pai da criança, o empresário Waters Gonçalves. A corporação aguarda a autorização da Justiça para a realização do procedimento.
Ysrael Pinho morreu na última segunda-feira (1º/12) enquanto era atendido na emergência do hospital. A família alega que houve falhas no atendimento e negligência médica, e registrou um boletim de ocorrência. Nessa quinta (4/12), ao longo de seis horas de depoimento, o pai contou que o garoto começou a passar mal no sábado (29/11) à noite, apresentando febre e vômito. Na manhã de domingo (30/11), o quadro persistia, e a criança foi levada ao hospital para nova avaliação. Ysrael foi medicado e liberado, mas, no fim da tarde, teve novos episódios de vômito, e voltou ao pronto atendimento, de acordo com Gonçalves.
"A médica que o atendeu foi bem grosseira", diz o empresário, acrescentando que a profissional chegou a dizer que ele tinha deixado ela "estressada". A criança recebeu uma injeção de antiemético (medicamento para tratar náusea e vômito) e foi novamente liberada.
Na segunda-feira pela manhã, Ysrael passou mal de novo, e o pai voltou com ele pela terceira vez ao hospital. Antes mesmo de dar entrada na unidade, porém, o menino desfaleceu e foi levado para a emergência, onde começaram as tentativas de reanimação. "Ficaram me perguntando qual injeção ele tinha tomado, e eu dizia que eles é que tinham que saber", relembra Gonçalves.
De acordo com o empresário, a família, que mora em Belo Horizonte, buscou atendimento em Betim em razão de o hospital da cidade ser mais vazio. "Espero que essa história viralize para que outros pais não passem pelo que passamos: enterrar um filho", sublinha.
Ysrael era o primogênito de três irmãos. Ele deixa uma irmã de 4 anos e um irmão de apenas 5 meses. O menino celebrou o sexto aniversário no último dia 14, e era uma criança "muito alegre e muito simples", segundo o pai.
Ele conta que o menino, que era autista, adorava arroz com feijão e batatinhas e estava muito bem de saúde até começar a manifestar os sintomas que motivaram a ida ao hospital. "Todo mundo amava ele. Era meu grande amor", conclui o empresário.
Em nota, a Hapvida, operadora responsável pelo hospital onde o menino morreu, lamentou o ocorrido e manifestou solidariedade à família. "O paciente recebeu assistência nas passagens pela unidade, sendo avaliado clinicamente, medicado e liberado após apresentar melhora, sem sinais que indicassem gravidade no momento do atendimento", diz um trecho do texto.
Ainda segundo a Hapvida, "uma apuração interna está em andamento para esclarecer as circunstâncias relacionadas ao caso".
Já a PCMG informou que instaurou um inquérito, por meio da 4ª Delegacia de Polícia Civil de Betim, para apurar as causas e as circunstâncias da morte da criança e que "diligências estão em andamento para a completa elucidação dos fatos".